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Em uma de suas primeiras declarações públicas após a retirada das tropas russas do norte da Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin disse nesta terça-feira, 12, que as negociações de paz com a Ucrânia chegaram a um "beco sem saída" e prevê a continuação da guerra até "alcançar seus objetivos". Visando ao seu público interno, o líder russo voltou a alegar que as acusações de crimes de guerra em Bucha são falsas.
Putin ainda não havia se pronunciado sobre a guerra desde que suas tropas se retiraram do norte da Ucrânia e seguiram para o leste, onde é esperada uma intensificação das batalhas. Ele prometeu que a Rússia vai alcançar todos os "objetivos nobres" na guerra e disse que o Ocidente falha em tentar atingir Moscou.
As declarações foram os sinais mais fortes até o momento de que a guerra na Ucrânia vai continuar por mais tempo. Putin disse que Kiev desmanchou as negociações de paz ao encenar "alegações falsas de crimes de guerra pela Rússia" e exigir garantias de segurança para cobrir toda a Ucrânia.
Putin disse que a Ucrânia mudou sua posição após a rodada de negociações de paz realizada em Istambul em 29 de março para uma que não era mais aceitável para o Kremlin. Embora haja indicações de que a Ucrânia voltou a adotar esta semana uma postura mais construtiva, disse ele, a "operação militar da Rússia continuará até sua completa conclusão" e seus objetivos sejam alcançados.
Esses objetivos, disse ele, estão centrados na região de Donbas, no leste da Ucrânia, onde autoridades ucranianas e ocidentais esperam que a Rússia em breve monte uma ofensiva intensa.
"Voltamos novamente a uma situação sem saída para nós", disse Putin, líder da Rússia desde 1999, durante entrevista coletiva concedida em uma visita ao Cosmódromo de Vostochny, a 5.550 quilômetros a leste de Moscou.
Embora a ofensiva inicial da Rússia seja amplamente vista como um fracasso porque suas forças não conseguiram tomar a capital Kiev e tiveram que recuar, Putin insistiu nesta terça - como fez nas primeiras semanas da guerra - que o que ele chama de "operação militar especial" estava indo "de acordo com o plano".
Questionado por funcionários da agência espacial russa se a operação na Ucrânia atingiria seus objetivos, Putin disse: "Absolutamente. Não tenho nenhuma dúvida". A Rússia, acrescentou, continuará "ritmicamente e com calma" sua operação.
O presidente ainda afirmou que não tinha escolha além de lutar na Ucrânia para defender os russófonos que vivem no leste do país e impedir que seu ex-vizinho soviético se tornasse um trampolim anti-russo para os inimigos de Moscou.
"O que está acontecendo na Ucrânia é uma tragédia", disse Putin em entrevista coletiva após uma reunião no espaçoporto com o presidente Aleksandr Lukashenko de Belarus, seu aliado internacional mais próximo.
O Ocidente condenou a guerra como uma apropriação brutal de terras ao estilo imperial sobre um país soberano. A Ucrânia diz que está lutando por sua sobrevivência depois que Putin anexou a Crimeia em 2014 e em 21 de fevereiro reconheceu duas de suas regiões rebeldes como soberanas.
Putin considerou as sanções do Ocidente, que levaram a Rússia a sua pior contração econômica desde os anos que se seguiram à queda da União Soviética em 1991, como um fracasso. "Aquela Blitzkrieg (tática de guerra que ficou conhecida por ataques surpresas e rápidos para desestabilizar o inimigo) com a qual nossos inimigos estavam contando não funcionou", disse.
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